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Arquitetos: ARX Portugal Arquitectos
- Área: 4100 m²
- Ano: 2009
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Do arquiteto: Um Centro Regional de Sangue é, essencialmente, um edifício de laboratórios de grande complexidade, onde o sangue doado é dividido nos seus três componentes e transformado para fins medicinais.
Sendo o 2º Centro que projetamos (o 1º foi no Porto), reflete uma maior tranquilidade e acerto no tratamento da complexa parafernália técnica própria destes edifícios. Esse entendimento nos trouxe, nesta segunda oportunidade, um maior sentimento de liberdade.
O terreno onde está implantado é de uma beleza que lembra paisagens mais comuns no norte da Europa. É um bosque fechado onde os pinheiros distam entre si dois a três metros apenas e atingem alturas próximas dos 25 metros. No interior desta mata domina a penumbra. O céu descobre-se pontualmente, através dos poucos buracos existentes na “tela“ verde formada pela sobreposição das copas das árvores.
Apesar de existirem áreas urbanizadas relativamente perto, há uma forte sensação de isolamento, como se tivéssemos atravessado uma espécie de filtro. Este terreno situa-se sobre a linha ondulante de um monte, para subitamente se precipitar numa encosta muito inclinada.
Um edifício neste local parece sempre “estar a mais“. É uma perturbação no equilíbrio desta paisagem.
A concepção do edifício reflete uma clara vontade de assumir o caráter “deslocado“, estranho e inesperado. Trata-se de um grande corpo cinzento, integralmente revestido de zinco, que, do local, registra apenas uma reação à ondulação do terreno, acompanhando com sua forma a sinuosidade da topografia.
As entradas no edifício, bem como todas as aberturas, janelas ou clarabóias são como sulcos ou saliências que sublinham a tensão resultante do volume dobrado: no lado convexo projetam-se para fora; no lado côncavo são coplanares com o corpo do edifício. Em ambos os casos revelam o interior, quente e luminoso.
No desenho dos espaços internos, assumiu-se o fascínio pela necessidade de espaços lisos e anti-sépticos, no entanto, trata-se de uma interpretação estética radicalizada de obsessões meramente funcionais que encontramos em laboratórios que visitamos ao longo do processo de projeto.